Exportações

Continua bastante positivo o desempenho das exportações brasileiras de rochas ornamentais e de revestimento. Em março essas exportações somaram USD 106,4 milhões e 218.987,1 toneladas, com variação de respectivamente 7,95% e 19,76% frente ao mesmo mês de 2013. No período de janeiro a março de 2014 as exportações atingiram USD 278,6 milhões e 584.291,12 toneladas, o que representou incremento de respectivamente 13,28% e 13,57% frente ao 1º trimestre de 2013. Supõe-se que essas taxas de incremento sejam mantidas até o final de 2014, podendo-se projetar uma exportação anual entre USD 1,45 bilhão e USD 1,55 bilhão.

A participação de rochas processadas nas exportações, também no 1º trimestre de 2014, foi de 78,40% em faturamento e de 47,72% em volume físico. A participação no faturamento é a maior para o 1º trimestre dos últimos três anos, enquanto a participação no volume físico é a menor nessa comparação, o que indica agregação de valor às rochas processadas.

A participação do faturamento das exportações brasileiras de rochas (USD 278,6 milhões), no total das exportações brasileiras (USD 49,59 bilhões), evoluiu de 0,54% no 1º bimestre para 0,55% no 1º trimestre de 2014.

Continuam em queda as exportações de ardósia (posição 6803.00) e quartzito foliado (posição 6801.00). Continuam em franco crescimento as exportações de mármore, tanto em blocos (posição 2515.12.10) quanto, sobretudo, em chapas (posição 6802.91.00). As exportações de chapas de mármore já representam quase 3% do total das exportações do setor, tendo ultrapassado a participação dos quartzitos foliados (1%) e aproximando-se das ardósias (3,7%).

Importações

As importações de materiais rochosos naturais somaram USD 19,3 milhões e 26.912,87 toneladas no 1º trimestre de 2014, com variação de respectivamente 24,10% e 12,37% frente ao mesmo período de 2013. Da mesma forma, as importações de materiais rochosos artificiais tiveram incremento de 33,65% e 33,54%, respectivamente em valor e peso, somando USD 15,18 milhões e 16.721,77 toneladas. Em ambos os casos houve incremento do preço médio dos produtos importados, de 10,44% para os materiais naturais e de 0,08% para os artificiais.

O preço médio das importações de artificiais (USD 946,3/t) é 31,7% mais elevado que o das importações de rochas naturais processadas (USD 769,9/t), neste caso considerando-se os produtos do capítulo 68 (rochas processadas). O preço médio das exportações brasileiras de rocha processadas (USD 783,5/t) é assim superior aos produtos equivalentes de importação, mas ainda inferior ao dos produtos artificiais. A única justificativa para essa diferença de preços é um trabalho de marketing mais efetivo das indústrias produtoras e comercializadoras de materiais artificiais, junto a arquitetos, especificadores e formadores de opinião.

Comentários

Tomando-se as importações como indicador de desempenho da construção civil e seu mercado imobiliário, conclui-se que a demanda interna por materiais de revestimento ainda não dá sinais de desaceleração, pelo menos não em 2014.

Assim como nos EUA e China, também no Brasil começa-se a entender o macro setor da construção civil como um ativo socioeconômico, pela grande capacidade de geração de empregos, distribuição de renda e crescimento do PIB.

Não por acaso, o mercado de crédito imobiliário brasileiro está cada vez mais disputado por instituições financeiras públicas e privadas, que oferecem taxas menores de juros e condições mais favoráveis de pagamento aos seus tomadores.

A tendência de estabilização do preço dos imóveis residenciais, observada já a partir de finais de 2013, parece constituir mais uma solução do que um problema, prevenindo a inadimplência dos mutuários e a formação de uma bolha imobiliária.

Para referência, destaca-se que em 2013 as rochas ornamentais permaneceram como o 5º principal produto de exportação do setor mineral brasileiro, atrás do minério de ferro, ouro em barras, minério de cobre e ligas de ferro-nióbio. O incremento das exportações de rochas ornamentais foi, por sua vez, o mais elevado entre esses produtos. É importante lembrar que o valor da tonelada de minério de ferro deverá oscilar entre USD 120-130 no ano de 2014, enquanto o preço médio das exportações do setor de rochas ficará ao redor de USD 480/t, atingindo quase USD 800/t nas rochas processadas.

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