Confira o novo balanço de exportação e impotaçao do primeiro semestre de 2023
Publicado em 01/08/2023 Exportações
As exportações de rochas ornamentais do 1º semestre de 2023 somaram US$ 549,0 milhões
e 915,3 mil t, com variação negativa de respectivamente 13,4% e 15,1% frente ao mesmo
período de 2022. O preço médio dessas exportações teve incremento de 2% frente a 2022,
passando de US$ 588,3/t para US$599,8/t.
Os principais produtos exportados incluíram chapas e blocos de rochas silicáticas (granitos e
similares), chapas e blocos de quartzitos maciços e chapas de mármore, além de produtos de
ardósia e pedra-sabão, quase sempre mostrando redução em volume físico e faturamento.
Mesmo que ligeiramente, pela primeira vez nos últimos anos registrou-se queda do preço
médio da posição 6802.99.90, dominada por rochas silicáticas exóticas e chapas de quartzitos Continuam em declínio as exportações de blocos de mármores e granitos, além de produtos
de ardósia e quartzito foliado (tipo pedra São Tomé).
O menor preço médio registrado é o dos
blocos de granito exportados pela posição 2516.12.00 (US$ 186,2/t), enquanto o mais elevado
é o dos produtos abrigados na posição 6802.99.90 (US$ 2.237,8/t). As posições 6802.93.90 e
6802.99.90 compuseram 63% do total do faturamento das exportações efetuadas no 1º
semestre.
EUA, China, Itália, México e Reino Unido, nesta ordem, representaram os cinco principais
destinos das exportações, compondo 83% do total do seu faturamento. Dentre os dez
principais destinos, em volume físico, os países da América do Sul (Argentina e Colômbia)
figuraram respectiva nas 8ª e 10ª posições. O preço médio dos produtos exportados para os
EUA foi de US$ 900/t, enquanto para a China de apenas US$ 240/t.
O preço médio dos produtos exportados para a Tunísia, que figurou como 7º principal destino
em volume físico (10,5 mil t), foi de US$ 70/t, resultando em um faturamento de apenas US$
692,3 mil e envolvendo produtos abrigados na posição 2516.12.00. Isto mereceria
esclarecimentos, pois é muito difícil assumir economicidade para produtos com preço médio
inferior a US$ 150/t.
Os cinco principais estados exportadores incluíram, nesta ordem, Espírito Santo, Minas Gerais,
Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte, que responderam por 97,9% do faturamento e 98,4% do
volume físico das exportações brasileiras do 1º semestre. Com 681,4 mil t e US$ 447,0 milhões, as exportações do ES lideraram, por larga margem, o ranking brasileiro. O preço médio das
exportações capixabas, de US$ 660/t, é lastreado pela comercialização de chapas.
Os portos do Rio de Janeiro, Vitória e Santos embarcaram 92,6% do volume físico das
exportações brasileiras no 1º semestre. O preço médio dos produtos embarcados no porto do
Rio de Janeiro foi de US$ 870/t, registrando-se US$ 660/t no porto de Santos e apenas US$
260/t em Vitória, o que ilustra a deficiência deste último para fretes de rochas processadas.
As exportações de rochas ornamentais no 1º semestre de 2023 representaram 0,33% do total
das exportações brasileiras nesse período (US$ 166,3 bilhões).
As importações brasileiras de materiais rochosos naturais de ornamentação e revestimento
somaram US$ 13,3 milhões e 26,6 mil t no 1º semestre de 2023, com variação positiva de
respectivamente 4,6% e 2,9% frente ao mesmo período de 2022. Os principais produtos
importados referem-se a chapas, lajotas e blocos de rochas carbonáticas. O preço médio das
importações foi de US$ 499,3/t, portanto inferior ao das exportações brasileiras de rochas
(US$ 588,3/t).
México, Turquia, Itália, Espanha e Indonésia, nesta ordem, formaram o grupo dos cinco
principais fornecedores para o Brasil, respondendo por 77,3% do valor e 79,3% do volume
físico das importações. O maior preço médio entre esses principais fornecedores foi da China,
com US$ 800/t; o menor foi do México, com US$ 410/t, seguido da Turquia com US$ 420/t. É
interessante que o México tenha assumido a liderança no ranking das importações brasileiras,
ultrapassando outros fornecedores bem mais tradicionais; os produtos mexicanos importados
estão principalmente abrigados no código fiscal 2515.12.20, tratando-se, possivelmente, de
mármore ônix em blocos.
Os três principais portos de desembarque, em volume físico, foram Santos (11,2 mil t), Rio de
Janeiro (8,5 mil t) e Itajaí (3,1 mil t), que responderam por 85,7% do total importado no 1º
semestre. Nos portos de Itajaí e São Francisco do Sul, ambos em Santa Catarina, o volume de
importações superou as exportações.
Os seis principais estados importadores foram, nesta ordem, Rondônia (7,7 mil t), São Paulo
(6,7 mil t), Santa Catarina (3,8 mil t), Minas Gerais (1,7 mil t), Goiás (1,4 mil t) e Espírito Santo
(1,3 mil t). As importações de Rondônia, abrigadas em 10 NCMs de rochas brutas e
processadas, foram provenientes exclusivamente da Guiana e Guiana Francesa e abrigadas
principalmente na posição 2515.12.20 (US$ 1,95 milhões, correspondentes a 65% do valor
total das importações do estado).
Contabilizadas apenas pelas posições 6810.99.00 e 6810.19.00, as importações brasileiras de
rochas artificiais aglomeradas superaram amplamente as de materiais naturais, somando US$
28,2 milhões e 46,9 mil t, e tendo a China como principal país de origem. É preciso discriminar
mais adequadamente as importações de revestimentos de materiais fundidos e sinterizados, atualmente incluídas na posição 7005.21.00 e que, assim como nos materiais aglomerados, se
somam a produtos para outras aplicações.
Comentários
Pelos indicadores disponíveis, as exportações de 2023 não deverão superar aquelas de
2022, concorrendo para isto a elevação da taxa básica de juros nos EUA, o “fraco”
crescimento da economia chinesa e a crise de seu mercado imobiliário, além da
continuidade do conflito Rússia-Ucrânia, entre outros fatores globais de instabilidade
da construção civil imobiliária.
• É preciso discutir mais consistentemente os mecanismos de nearshore trading para o
setor de rochas ornamentais brasileiro com países da América Latina, cada vez mais
atendidos por produtos chineses. Segundo analistas, os benefícios do nearshore na
América Latina incluem a pequena diferença de fusos horários, proximidade geográfica
e eventuais acordos de comércio, desdobrando-se em maior sustentabilidade das
operações. Busca-se neste caso o atendimento de obras com produtos acabados e de
maior valor agregado, potencializando o envolvimento de marmorarias brasileiras.
• Também muito interessante são as parcerias com empresas estrangeiras que têm
acesso a mercados de interesse para o Brasil, envolvendo offshore trading. Refere-se
neste caso as empresas portuguesas para o mercado europeu; empresas italianas e
dos Emirados Árabes para o mercado do Oriente Médio; e empresas de países
integrados à ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) para o mercado
chinês. Se implementadas, tais parcerias permitiriam otimizar a comercialização das
chapas brasileiras, para cuja produção dispomos do maior e melhor parque mundial
de beneficiamento.
• Outra possibilidade muito atraente é ligada ao México, cujas operações
fundamentadas em nearshore com os EUA estão sendo significativamente
incentivadas. O próprio mercado do México deveria constituir objeto específico de Refere-se ainda que práticas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) estão cada
vez mais induzindo o setor de rochas a assumir responsabilidades nesse sentido.
Destaca-se, por fim, uma sensação geral de incertezas quanto à evolução do mercado
internacional, sugerindo-se um quadro de desaceleração da economia mundial e,
particularmente, dos países mais desenvolvidos, inclusive e principalmente os EUA e da
Europa Ocidental. A queda das exportações brasileiras de rochas, a partir do 4º trimestre de
2022, aponta na mesma direção e sinaliza recuo de faturamento já em 2023.
De fato, o perfil geral de atuação do Brasil, nos mercados doméstico e internacional do setor
de rochas, exige estratégias inovadoras e criativas capazes de fazer frente aos novos desafios
colocados para suas atividades produtivas.
A Coverings 2024 será realizada em Atlanta (Georgia, EUA).
Observações
? Simultaneamente à Coverings 2023 foi realizada a Milan Design Week (17 a 23 de
abril), que teve o Salone del Móbile como principal evento associado. Empresas
brasileiras, dentre as quais Pettrus e Michelângelo, participaram do Salão do Móvel. A
ApexBrasil constou como patrocinadora. ? Observa-se uma dominante concentração das exportações brasileiras em rochas de
maior valor agregado, caso dos quartzitos maciços, granitos exóticos e mármores de
massa fina, tendendo a criar um nicho mais restrito de utilização nos mercados interno
e externo, tanto devido aos custos mais elevados, quanto à inadequação de seu uso
em grandes áreas de aplicação, podendo favorecer o aumento da demanda por
materiais artificiais e porcelanatos. ? É fundamental a preservação do mercado e retomada da produção de rochas comuns,
a exemplo dos granitos homogêneos convencionais, somente possível pela sua
aplicação em grandes obras de pisos e fachadas. Para tal será necessária sua
comercialização no mercado externo como produtos prontos para o atendimento de
obras.
O apoio institucional, para promover as exportações e a internacionalização das empresas
brasileiras, tem como pressuposto a perspectiva da agregação de valor aos bens e serviços
exportados. Esse objetivo estava em curso nos últimos Convênios firmados com a ABIROCHAS,
mas, desapareceu das ações do Convênio atual. As observações formuladas nesse documento,
indicam o recrudescimento de efeitos inibidores das exportações de rochas a manter-se o foco
em matéria-prima e chapas polidas, negligenciando o mercado de produtos acabados, cut-tosize ou seriados, objetivando o mercado de obras, em especial dos EUA, principal destino das
exportações do setor. Para conferir o docomunto completo acesse no bliblioteca em balanços ou acesse o link abaixo:
by: Cid Chiodi Filho , Geologo consultor do abirochas
Confira o novo balanço de exportação e impotaçao do primeiro semestre de 2023
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