A questão dos resíduos gerados durante o processo de beneficiamento das rochas ornamentais é um tema que vem sendo estudado há muito tempo, mas que de fato só está sendo abordado sob o prisma do descarte consciente. O que não esta errado, uma vez que a existência do CTR/ANPO é uma ferramenta que auxilia todo o setor a estar em dia com suas obrigações ambientais e assim deve ser.

Contudo, ainda é preciso pensar em soluções para o destino final destes materiais e a academia tem pesquisado meios deste reaproveitamento dar origem a produtos que tenham viabilidade econômica. O primeiro experimento prático neste sentido foi a construção da Escola de Artesanato da ANPO que já conta com a sua primeira turma e deve preparar um grupo de artesãos especializados em transformar a rocha rejeitada em verdadeiras obras de arte. O objetivo da ANPO é conduzir estes artesãos a um trabalho cooperativo que gere emprego e renda por toda a região.

O IFES – Campus Barra de São Francisco se mostrou um parceiro estratégico nesta busca por meios alternativos de reaproveitar os resíduos e rejeitos. O IFES faz parte do projeto da Escola de Artesanato complementando a formação dos artesãos com módulos administrativos como: empreendedorismo, noções de direito, gestão de custos e outros temas de importância para quem quer abrir seu próprio negócio. Mas este apoio não para por aí, o IFES tem conduzido pesquisas sobre o tema e propõe uma série de opções que podem se tornar realidade em breve.

Após a publicação de uma Artigo de Revisão Bibliográfica, onde os autores compilaram diversas possíveis utilizações economicamente viáveis para a LBRO, o IFES inicia uma série de experimentos junto à ANPO para calcular os custos de produção de elementos estruturais pré-moldados, como blocos, tijolos e bloquetes intertravados, testar laboratorialmente sua viabilidade como aditivo em argamassas, rebocos e estruturas em alvenaria, bem como buscar meios de extrair da LBRO compostos químicos de interesse, como por exemplo a sílica pura e o potássio. É um processo que pode abrir toda uma nova frente de trabalho e geração de valor na região, mas que carece de recursos para agilizar as pesquisas. Os pesquisadores relatam que “este ano não conseguimos nenhuma bolsa de estudo remunerada para nossos alunos. Os projetos que temos são tocados por voluntários e pelo empenho dos professores que investem na pesquisa por vontade própria.”

O objetivo do IFES complementa o trabalho da ANPO em buscar expandir o mercado de Rochas Ornamentais diversificando a atuação das empresas e da sociedade em busca de oportunidades de investimento que, no fim, geram riqueza para a região e para toda a população envolvida.

FONTE: Link para o artigo publicado pelo IFES: https://ojs.ifes.edu.br/index.php/ric/article/view/1951/1052