MARMOMAC 2023: O Maior Evento da Indústria de Rochas

A 57ª edição da Marmomac, realizada de 26 a 29 de setembro em Verona, Itália, foi um marco na indústria de rochas naturais. O evento ocupou uma impressionante área de 80.000 m² e atraiu 1507 expositores, juntamente com mais de 50.000 visitantes de todo o mundo. Países como a Itália, China, Turquia, Índia, Espanha, Portugal, Brasil, Grécia, Alemanha e Egito estiveram representados com uma variedade de materiais, máquinas e tecnologias.

Dentre os destaques do evento:

O Pavilhão 11 abrigou um espaço dedicado a empresas brasileiras, com a participação de 43 empresas, graças à parceria entre a ApexBrasil e o Centrorochas. Pavilhões 1 e 10 abrigaram exposições de design, destacando a importância do design na indústria de rochas. 

A empresa paulista AGF Equipamentos impressionou os visitantes com sua demonstração do tear Aquila Multiwire, incorporando tecnologia CNC. O grande foco da feira foi o design, impulsionado pela integração de máquinas totalmente automáticas com tecnologia CNC. 

A mensagem central estava relacionada à promoção da indústria italiana de máquinas e equipamentos, bem como das instituições nacionais de pesquisa e desenvolvimento.

Espaço Brasileiro em Destaque:

A concepção e montagem dos estandes brasileiros foram conduzidas pela ApexBrasil em colaboração com o Centrorochas. Um total de 43 empresas brasileiras participou, incluindo nomes como Amagran, Basalto São Cristóvão, Bramagran e outras. No entanto, foi observado um excesso de oferta de chapas e uma capacidade de serragem de quartzitos, levando a uma redução de preços e demanda.

Desafios no Setor de Rochas:

A Marmomac confirmou as previsões de declínio nas exportações brasileiras, atribuídas não apenas aos efeitos econômicos globais, mas também ao conflito no Oriente Médio. A indústria enfrentou desafios, incluindo aumento dos custos de produção e logística devido à pandemia e ao conflito na Ucrânia. Isso afetou principalmente os granitos brasileiros convencionais, levando à paralisação de várias operações.

Houve um excesso de oferta de chapas e blocos de rochas exóticas, como mármores e quartzitos, devido às condições desfavoráveis da economia mundial. Enquanto o mercado de blocos e chapas de rochas convencionais ainda é significativo, o setor de rochas exóticas enfrentou desafios de excesso de oferta.

Novas Estratégias Necessárias:

A indústria brasileira de rochas precisa repensar suas estratégias de exportação. A promoção centrada em chapas está se esgotando, e agora é o momento de buscar a agregação tecnológica com máquinas CNC para exportação de produtos acabados, o que foi chamado de "terceira onda exportadora". A ABIROCHAS já adotou esse conceito em iniciativas de promoção, visando mercados interno e externo.

Além disso, é fundamental considerar o deslocamento de materiais rochosos naturais por materiais artificiais e porcelanatos no mercado, bem como o crescimento de materiais com maior valor agregado nas exportações brasileiras.

Apesar do deslocamento das atividades produtivas da Região Sudeste para a Região Nordeste do Brasil, estados como Minas Gerais e Bahia enfrentaram desafios de desindustrialização devido à desativação de teares. No entanto, um possível polo de extração de mármores na Região Centro-Oeste está se consolidando, oferecendo materiais de alta qualidade.

A maior produção de rochas exóticas e de maior valor agregado se concentra na Bahia e em Minas Gerais. No entanto, o beneficiamento e exportação de rochas processadas são liderados pelo Espírito Santo, apesar da falta de infraestrutura portuária adequada para cargas conteinerizadas.

Este cenário apresenta desafios e oportunidades para a indústria de rochas brasileira, exigindo uma abordagem estratégica e inovação para se destacar no mercado internacional.