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PROJETO: RECUPERAÇÃO DE NASCENTES DO RIO ITAÚNAS, BARRA DE SÃO FRANCISCO, ES

Publicado em 26/07/2017

TÉCNICOS

RESPONSABILIDADES

ALEX QUEIROZ DE BRITO (CTEA – 34716114)

·         Biólogo CRBio 29043/D (Esp. em Cultura de Tecidos vegetais; Esp. em Meio Ambiente; Cursando Esp. em Auditoria Ambiental; Cursando Esp. em Gestão Ambiental)

·         Técnico em Agropecuária CREA 6485/TD

·         Geomensor – Código INCRA: GQ8

ENDEREÇO: Rua Dra. Rita de Cássia Araújo Melgaço, 111, Aptº 101, Bambé, Barra de São Francisco, ES – CEP 29800-000.

E-MAIL: gerencia@ambientalcp.com.br

FONE: 27-3756-1317 / 98145-1586

·         Autoria do Plano de Recuperação de Nascentes

·          

RAFAEL HEMENSON DE SOUZA BARBOSA

·         Eng. Florestal– CREA ES 039.492/D, (Cursando Esp. em Gestão Ambiental)

Endereço: R. José Lopes Sobrinho, nº 11, Vila Landinha, Barra de São Francisco, ES, CEP 29800-000.

FONE: 27-99732-7127

E-MAIL: rfhemenson@hotmail.com

 

·         Co-autoria do Plano de Recuperação de Nascentes

 

SAMIRA VIEIRA TEIXEIRA DE BRITO

·         Técnico em Zootecnia;

·         Técnico em Mineração;

·         Eng. Civil – CREA ES 17.456/D      (Cursando Esp. em Eng. de Segurança do Trabalho);

ENDEREÇO: Rua Dra. Rita de Cássia Araújo Melgaço, 111, Aptº 101, Bambé, Barra de São Francisco, ES – CEP 29800-000.

E-MAIL: engenharia@ambientalcp.com.br

FONE: 27-3756-1317 / 98182-4710

·         Co-autoria do Plano de Recuperação de Nascentes

·          

 

 

RESUMO

 

            A água é apontada como um recurso natural de altíssimo valor econômico, estratégico e social, já que todos os setores da atividade humana necessitam dela para desempenhar suas funções.

As Nascentes, principalmente as de cabeceiras, devem ser tratadas como algo de mais importante que existe em uma propriedade, pois são elas as responsáveis pela existência dos cursos d’água, que por sua vez, são fontes de água valorosas para a humanidade.

A proposta sob a direção da ONG Sentinela Francisquense envolve diretamente 83 famílias de pequenos agricultores e visa recuperar e proteger 81 nascentes, que contribuem para a formação do curso perene do Rio Itaúnas. Estão localizadas à montante da barragem onde se capta e distribui a água pela CESAN - Companhia Espírito Santense de Saneamento, no município de Barra de São Francisco-ES. Juntas, as nascentes formarão uma área estimada de 22,45 hectares reflorestados com espécies nativas, típicas de mata atlântica e comumente encontradas na região.

Toda a mão-de-obra para execução do projeto será voluntária, sendo o total de custo estimado direcionado à aquisição de insumos necessários para implantação do programa (Tabela 3).

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

            As agressões ambientais causadas pelas atividades Agropecuárias e seus reflexos no solo, nas matas e nascentes, nem sempre são percebidas pelos produtores rurais, em curto espaço de tempo, podendo levar até mesmo, várias décadas.

            O uso das terras para a agricultura que envolve também as pastagens extensivas sem o manejo adequado, leva ao desequilíbrio ambiental, à diminuição da qualidade produtiva das terras e comprometimento da disponibilidade hídrica (Zanzarini, R,M & Rosolen, V.)

Se por um lado, a agricultura consome cerca de 70% da água doce (MMA, 2017), a pecuária pode ser a causa de importantes impactos sobre os cursos d’água devido à prática de dessedentação diretamente no corpo hídrico e pela compactação dos solos através do pisoteio. Os proprietários rurais devem ter a consciência dos problemas relacionados com suas práticas de produção agropecuárias, para poder compreender que a manutenção das nascentes dos rios e córregos no interior de sua propriedade, são necessárias para o funcionamento hídrico da bacia e, concomitante, pelo prosseguimento da vida, pela manutenção da produção agrícola, agroindustrial, industrial e comercial, com fortes impactos sobre a economia local. É necessário compreender todo o processo, para internalizar a extrema necessidade de mudança dos modos de produção.

 

JUSTIFICATIVAS

 

·                    Segundo informações disponíveis no site do Incaper, a Região de Barra de São Francisco, tem uma série histórica de precipitação média na ordem de 900 mm/ano;

·                    Segundo informações da Secretaria Municipal de Agricultura de Barra de São Francisco, no ano de 2015, a precipitação máxima foi de 482,5 mm;

·                    Em virtude da pouca recarga dos lençóis freáticos, as nascentes não foram capazes de manter o fluxo d’água no ano de 2015, o que resultou em perdas no campo e racionamento de água na cidade;

·                    Segundo informações da Secretaria Municipal de Agricultura de Barra de São Francisco, no ano de 2016, a precipitação máxima foi de 936,4 mm;

·                    Segundo informações da Secretaria Municipal de Agricultura de Barra de São Francisco, o ano de 2016, embora as precipitações tenham atingido a média histórica, houve um período de estiagem que durou 9 meses, de fevereiro a outubro, com uma precipitação de 200,4 mm neste período, o que fez com que mais de 60% das nascentes secassem;

·                    Fazer represas é apenas um paleativo, que torna a água disponível por alguns meses, tendo em vista que na região, segundo dados do Incaper, a evapotranspiração potencial (que é a quantidade de água que evapora em um único dia, por m² de área) pode chegar a mais de 6,2 mm/m²/dia. Isto significa 6,2 L de água por metro quadrado por dia, ou seja, 62.000 L por hectare por dia;

 

OBJETIVOS

 

OBJETIVO GERAL

 

·                    Executar a recuperação de 81 nascentes, utilizando-se de técnicas disponíveis para maximizar a infiltração de água no solo e evitar o assoreamento dos corpos d’água, protegendo e reforçando as áreas de recarga hídrica no entorno das nascentes, num raio pré-determinado, disponibilizado de acordo com a consciência e disponibilidade de cada produtor.

·                    Este recurso visa a implantação de caixas secas, cercas com 4 fios de arame e mourões de eucalipto tratado, aquisição de mudas, aberturas de covas, compra de adubos, aplicação de adubo, plantio, replantio, execução de aceiros, capinas, execução de coroamentos, roçadas, fretes, combate a pragas e doenças, etc... E acompanhamento técnico por um período de 4 anos, a partir do qual, as plantas já estarão completamente estabelecidas.

 

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

·                    Aquisição de insumos e mão de obra para a execução de reflorestamento no entorno das nascentes;

·                    Execução de caixas secas nas áreas de recarga, visando o reabastecimento do lençol freático e minimizando o assoreamento dos cursos d’água e os efeitos das enchentes;

·                    Despertar nos produtores rurais a necessidade da preservação dos mananciais como forma de sustentar os investimentos na agropecuária;

·                    Realizar procedimentos técnicos científicos que demonstrem que as técnicas utilizadas são eficazes na restauração e recuperação de nascentes, passando da ideia empírica para a comprovação científica;

·                    Mobilizar a sociedade urbana e rural, em ações de educação ambiental e mutirões de plantio, visando a participação popular no processo de recuperação das nascentes.

 

 

MATERIAIS E METOLOGIA ADOTADA

 

Embora o Código Florestal, Lei 12.651 exija proteção no entorno das nascentes num raio de 50 metros, este projeto foi concebido levando-se em consideração a consciência e compreensão de cada produtor, que de forma voluntária, cedeu a área a ser recuperada, conforme demonstrando mais adiante.

Todo o projeto foi pensado para ser desenvolvido em mutirão, unindo pessoas e contribuindo para mudanças de posturas, de forma a internalizar o conceito e a prática da sustentabilidade. Esta união entre as pessoas prevalece desde a concepção do projeto, durante o levantamento das nascentes e das propriedades que serão beneficiadas.

O projeto terá um custo aproximado de R$173.000,00 (cento setenta e três mil reais), destinados para a compra de materiais e insumos. Este valor será oriundo de empresas e parceiros que estão abraçando a causa e será gerido e administrado pela ONG Sentinela Francisquense, que fará as devidas prestações de conta.

A operacionalização do projeto terá início no domingo, 12 de março, com o cercamento das primeiras nascentes. Nesta etapa, em cada nascente pré selecionada, serão realizadas as seguintes ações: execução de cercas, marcação de covas, abertura das covas, execução de coroas no entorno das covas, aplicação de adubos e execução de aceiros. Após o término dessas operações, novo mutirão será formado para a efetivação do plantio. Os tratos culturais e a manutenção do reflorestamento será de responsabilidade do produtor rural, titular do imóvel onde a nascente se localiza.

 

 

 

 

Tabela 3. Levantamento de custos estimados para aquisição de insumos.

 

INSUMOS

Item

Unidade

Quantidade

Preço unitátio (R$)

Preço Total (R$)

1

Mudas para plantio

Unid.

24946

2,5

62365

2

Mudas para replantio

Unid.

4989

2,5

12473

3

Fertilizante 04-14-08

saco (50kg)

50

62

3100

4

Fertilizante Super Simples

saco (50kg)

25

51

1275

5

Calcário

saco (50kg)

75

8

600

6

Hidrogel

Kg

125

26

3250

7

Isca formicida

Kg

40,5

10

405

8

Estacas

dúzia

347

122

42334

9

Mourões

Unid.

405

34

13770

10

Grampos

Kg

13

14,9

193,7

11

Arame

rolo 500 m

98

290

28420

12

Frete

mês

5

1000

5000

R$ 173.185,70

 

 

 

IMPORTÂNCIA DO PROJETO

 

               Nas propriedades rurais onde estão localizadas as Nascentes, as principais atividades econômicas se enquadram no agronegócio. Nelas se encontram segmentos diversos, como cafeicultura, pecuária, horticultura e fruticultura.

               As 81 nascentes cadastradas estão distribuídas por 46 pequenas propriedades, sendo que destas, apenas uma, tem mais de 50 ha de área. Nestas propriedades, a utilização das terras são principalmente para subsistência do grupo familiar, estando distribuídas da seguinte forma:

              

               

 

               35,7% das 46 propriedades tem como atividade principal a prática da pecuária, principalmente leiteira; 8,17% delas tem como atividade principal a cafeicultura; e, 3,7% desenvolvem a prática da horticultura/olericultura.

 

                       

 

               Dentre as 46 propriedades integrantes deste projeto, 52,56% (26 propriedades) adotam a prática de atividades econômicas secundárias. Deste total, 15,58% cultivam café; 5,19% desenvolvem a prática de horticultura/olericultura; 4,15 % desenvolvem a pecuária leiteira; 1,4% cultivam banana; e, 1,4% cultivam arroz.

               As nascentes abrangidas pelo projeto, estão distribuídas da seguinte forma:

 

             

              

Distribuição espacial das nascentes


 

 

RESULTADOS ESPERADOS

            Esperamos que esta proposta seja abraçada por todos os cidadãos e cidadãs de Barra de São Francisco, que poderão contribuir de várias maneiras, seja por meio de doação financeira ou por doação de força de trabalho; levar família para ajudar a plantar mudas no entorno de uma nascente poderá ser um bom programa de domingo.

 Sejam quaisquer as formas de contribuição, o maior legado será a união das pessoas em prol de uma causa comum, internalizando a urgência de mudar o nosso modo de produção agropecuária, industrial e econômica, sinalizando para novas ações e novos caminhos. 


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