Mercado em altaPublicado em 11/09/2011 Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, no Brasil aumentou a procura por bons profissionais do setor financeiro. Eles voltaram a ser vistos como possíveis salvadores da pátria. O plano de sobrevivência das grandes empresas está nas mãos de executivos dessa área. Pesquisa feita pela consultoria de recursos humanos Ricardo Xavier, de São Paulo, constatou que, após uma retração durante o último trimestre do ano passado, a área financeira foi a que mais contratou em janeiro deste ano. Foram registradas 288 admissões nas sete capitais onde a consultoria atua. Em dezembro do ano passado foram 180 contratações. Os profissionais mais procurados são das áreas de controladoria, gerenciamento de risco, análises de operações, expansão comercial e novos mercados.
Cerca de 40% dessa demanda concentra-se nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. “As empresas querem líderes que detenham conhecimento e técnicas para resgatar o fluxo de caixa”, diz Hélio Terra, presidente da consultoria. As empresas procuram quem tem sensibilidade e conhecimento aprofundado em finanças, capacidade de liderar equipes e habilidade para prospectar novos mercados. As novas oportunidades contemplam de analistas juniores a diretores financeiros. “Não dá para falar em tendência, mas há uma demanda maior por profissionais da área financeira. A tanto no back office [profissional de apoio] quanto no front office [linha de frente]”, diz Bernardo Cavour, diretor executivo da divisão banking da Michael Page no Brasil. Isso porque, no novo padrão pós-crise, as instituições financeiras estão mais seletivas. “Antes da crise, vivíamos um apagão de talentos, o que fazia com que as empresas flexibilizassem na hora de contratar. Agora, no olho do furacão, o que se vê é justamente o oposto, ou seja, um rigor muito maior na seleção”, diz Bernardo. Os profissionais de crédito e os especialistas em processos de reestruturação são os mais disputados. Quem tiver experiência em consultoria financeira ganha um ponto adicional, pois tem maior visão estratégica. “Profissional de crédito é ponta de lança, porque eles passam a recomendar aos gestores um planejamento adequado da carteira no longo prazo. Bancos e corretoras buscam por quem mescle estofo técnico e generalista.” diz Renata Fabrini, sócia da Fesa, empresa de headhunting especializada no mercado financeiro, em São Paulo. Mas não são só as empresas que estão mais exigentes. Os executivos também estão analisando com maior cuidado os projetos e a sustentabilidade dos negócios de quem quer contratá-los. Em relação à remuneração, Renata lembra que, apesar de estar ocorrendo um ajuste para baixo da remuneração variável dos executivos, sempre haverá ganhos adicionais para quem se destaca. Dia-a-dia do novo profissional A Corretora Ágora, que é líder no ranking de homebroker da BM&FBovespa, acaba de contratar Iago Emanuel Barbosa da Costa Veiga, de 23 anos, como analista júnior na ETD (mesa de operações eletrônica, na sigla em inglês). O jovem executivo é formado em engenharia de produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e em economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, fala inglês fluente, já trabalhou nos Estados Unidos nas chamadas atividades de verão e fez intercâmbio cultural na Inglaterra. O dia de Iago começa às 7 horas da manhã, quando ele lê as manchetes dos principais jornais de economia pela internet. No caminho para o trabalho, ouve o noticiário no rádio. Durante o dia não deixa de olhar as notícias das agências Bloomberg e Broadcast. “A minha área é totalmente nova na mesa eletrônica, pois desenvolve plataformas de atuação específica para traders (operadores) quantitativos, ou seja, para grandes volumes financeiros”, diz. Nos fins de semana, ele lê as revistas semanais e quinzenais. O executivo, que trabalhava no departamento de financiamento do BNDES antes de entrar na Ágora, afirma que seu salário aumentou 150% em dezembro. A partir deste ano, ele começará a ter bônus de participação dos lucros da empresa. |
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