EUA baixam juros de novoPublicado em 11/08/2011 Nem mesmo a desaceleração brusca da economia norte-americana no
ano passado conteve a euforia dos investidores com a nova redução dos
juros pelo Federal Reserve (Fed — banco central dos Estados Unidos). Durante todo o dia, o mercado financeiro não apresentou fortes oscilações na expectativa de diminuição de 0,5 ponto percentual dos juros, o que foi confirmado no final da tarde. Para evitar que a economia norte-americana entre em recessão, a taxa caiu de 3,5% para 3% ao ano. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) reagiu de forma instantânea
e fechou com uma alta de 1,28% aos 60.289 pontos. O volume financeiro
totalizou R$ 5,140 bilhões. A cotação do dólar seguiu caminho inverso e
encerrou o pregão com uma ligeira queda de 0,06%. A moeda
norte-americana foi vendida por R$ 1,78. Para o Fed, presidido por Ben Bernanke, a queda dos juros foi
necessária pois permanece o risco de desaceleração da economia dos EUA.
“Os mercados financeiros mantêm-se sujeitos a tensões consideráveis, e o
crédito continua limitado para algumas famílias e algumas empresas”,
diz a nota. “A decisão monetária de hoje (quarta-feira), somada às
adotadas antes, deve ajudar a promover um crescimento moderado a tempo e
mitigar os riscos sobre a atividade econômica.” Na semana passada, o
Fed havia feito um corte, em reunião extraordinária, de 0,75 ponto
percentual, de 4,25% para 3,5%. O temor do BC americano de um desaquecimento maior na economia foi fortalecido com a divulgação pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos do Produto Interno Bruto (PIB) local — soma de todas as riquezas do país —, que registrou aumento de apenas 0,6% no último trimestre de 2007 — praticamente a metade do que projetava o mercado. Em 2007, a expansão foi de 2,2%, a menor desde 2002. O presidente da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional, Ingo Plöger, destaca que a redução dos juros e o pacote de medidas no valor de US$ 150 bilhões — que aguarda aprovação pelo Congresso americano — serão um analgésico contra o aprofundamento da crise norte-americana impulsionada pelo calotes de empréstimos imobiliário de alto risco (subprime). “A medida vai amenizar os impactos negativos mas não vai resolver o
problema. A taxa de juros mais baixa dá fôlego para repactuação de
dívidas”, explica. Na avaliação do economista da Modal Asset Management, Ivo Chermont, o
Senado não deve demorar para aprovar o pacote da Casa Branca porque
ninguém quer arcar com o ônus, em um ano eleitoral, do alastramento da
crise. “As medidas, em um ano eleitoral, ajudarão o Fed a combater a
recessão”, diz Chermont. O economista da Antônio Carlos Rocca, da
RiskOffice Consultoria, reforça que as medidas de incentivo do governo,
assim como a redução de juros, trazem alívio para a economia americana
mas os efeitos serão sentidos apenas no segundo semestre. “Há dificuldades para reverter o processo de desaceleração mais forte
no curto prazo”, conta Rocca. “A economia americana está travada pelo
sistema de crédito”, acrescenta. Nesse cenário incerto, os bancos ficam
mais receosos para emprestar e os americanos controlam o ímpeto
consumista. As principais bolsas européias fecharam em queda por conta de baixas
de mais de US$ 36 bilhões em encargos e perdas ligadas ao mercado de
subprime americano. Somente o banco suíço UBS anunciou prejuízo de US$ 4
bilhões em 2007. Além disso, relatório da Goldman Sachs mostrou que as
vendas do setor automotivo vão cair. Como o fechamento dos pregões foi anterior ao anúncio dos juros pelo Fed, as bolsas apresentaram queda: Londres (-0,8%), Paris (-1,4%), Frankfurt (-0,3%), Madrid (-0,2%) e Lisboa (-1,1%). Nos Estados Unidos, após operarem em alta com o anúncio da redução dos juros, Dow Jones registrou queda de 0,30% e a Nasdaq recuou de 0,38%. Edna Simão |
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