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APEX e ABIROCHAS: uma Parceria de Sucesso

Publicado em 11/04/2014


Cenário Mundial do Setor de Rochas Ornamentais

O notável crescimento do intercâmbio de rochas ornamentais e de revestimento caracterizou as décadas de 1980 e 1990 como “a nova idade da pedra” e, o próprio setor de rochas, como uma das mais importantes áreas emergentes de negócios mínero-industriais. A década de 2000, pelo menos até 2007, também foi excepcional e marcada pela multiplicação de feiras setoriais, modernização das tecnologias produtivas, diversificação dos produtos comerciais, ampliação da carteira de rochas comercializadas e grande aquecimento da construção civil na maior parte dos grandes blocos econômicos mundiais.

Com o estouro da bolha imobiliária norte-americana e instalação da crise econômica internacional, a partir de 2008 promoveu-se um novo cenário, delineado pelo forte “enxugamento” do crédito, acirramento da concorrência entre exportadores e aumento da pressão de oferta dos grandes fornecedores. Tanto os EUA, quanto alguns expressivos importadores europeus e asiáticos sofreram, assim, retração de mercado em 2008 e 2009, interrompendo-se um processo contínuo, e já bastante longo, de incremento das transações comerciais do setor de rochas ornamentais.

Este quadro negativo mostrou sinais de recuperação ao longo de 2010, 2011 e 2012, pelo avanço agora mais lento, porém consistente, das importações norte-americanas e asiáticas, sem que fossem, no entanto, alteradas as condições econômicas desfavoráveis nos países da União Europeia. No ano de 2012, a produção mundial de rochas ornamentais somou 123,5 milhões t, com transações comerciais internacionais de aproximadamente US$ 22 bilhões e 52 milhões t.

Em função da crise de 2008, barreiras tarifárias e não tarifárias têm sido cada vez mais utilizadas como mecanismo de proteção de mercados. Constituem exemplos bem conhecidos do Brasil as taxas de importação mantidas pela China para produtos acabados e semiacabados, que inviabilizam a competitividade de nossas chapas polidas no mercado chinês; a tentativa de desqualificação normativa das telhas de ardósia brasileira no mercado europeu, inclusive para obtenção da Marca CE; a campanha movida pelos produtores de chapas aglomeradas contra a utilização de bancadas de granito no mercado dos EUA, entre outras iniciativas de inibição competitiva.

Uma condicionante setorial relevante está sendo orientada pelo cada vez mais intenso controle ambiental das atividades produtivas, determinando a necessidade de conservação de energia e otimização das formas de uso e aproveitamento das matérias-primas minerais. Cresce, assim, a oferta e demanda de tecnologias “limpas” para atividades extrativas e industriais; a elaboração de chapas mais delgadas para revestimentos em geral; e o aproveitamento de rejeitos da lavra e beneficiamento para produção de materiais aglomerados e insumos diversos de uso industrial.

As projeções de produção, consumo e intercâmbio mundial sugerem manutenção da tendência de crescimento da demanda dos materiais rochosos de ornamentação e revestimento, não se apontando mudanças de paradigmas. Estima-se que, no ano de 2020, a produção mundial de rochas ornamentais e de revestimento ultrapassará 180 milhões t, correspondentes a quase 2 bilhões m2 equivalentes, devendo-se ainda ter incremento de 30% no volume físico das transações internacionais registradas em 2012.

Retrospectiva da Parceria APEX/ABIROCHAS

A ABIROCHAS foi uma das entidades pioneiras a participar dos programas de promoção de exportações encabeçados pela APEX, credenciando-se como entidade nacional representativa do setor de rochas ornamentais e de revestimento. O primeiro convênio APEX/ABIROCHAS foi celebrado em 1999, quando as exportações brasileiras de rochas ornamentais somavam pouco mais de US$ 200 milhões e 50% do faturamento dessas exportações correspondiam a rochas brutas.

Os recursos financeiros aportados pela APEX e os projetos desde então realizados pela ABIROCHAS cumpriram seus objetivos em três fases distintas do mercado internacional. Na primeira fase, vigente até 2007/2008, o convênio APEX/ABIROCHAS contribuiu decisivamente para que o Brasil aproveitasse o bom momento da economia mundial, viabilizando sua maior inserção no mercado internacional e permitindo que o país se tornasse um dos principais players globais do setor de rochas. As exportações brasileiras somaram US$ 1 bilhão já em 2006, com índices médios de crescimento superiores a 20% a.a. e uma taxa de participação de rochas processadas que superou 80% do faturamento em 2007.

Na segunda fase, correspondente ao pico da crise no mercado imobiliário nos EUA e da recessão mundial da economia, graças ao convênio APEX/ABIROCHAS as empresas exportadoras puderam dar continuidade a sua participação nos grandes eventos internacionais do setor, o que foi de fundamental importância para a visibilidade dessas empresas junto aos seus clientes. O recuo de 12% no faturamento das exportações brasileiras de 2008, e de 24% nas de 2009, pode ser considerado pouco significativo para um setor de atividades cujos produtos foram os mais diretamente atingidos por uma crise econômica originada na construção civil.

Na terceira fase do mercado internacional, que se seguiu à crise de 2008-2009 e deve ainda estender-se por pelo menos cinco anos, o convênio APEX/ABIROCHAS tem permitido superar novos desafios, caracterizados por pressão de oferta e concorrência mais acirrada entre os fornecedores. Neste último cenário, as exportações brasileiras evoluíram de US$ 724 milhões em 2009 para US$ 960 milhões em 2010, atingindo US$ 1 bilhão em 2011 e voltando, já em 2012, ao valor anterior ao da crise econômica mundial. Outro fato notável do cenário atual é a retomada do incremento da participação de rochas processadas nas exportações brasileiras, invertendo-se uma tendência negativa observada desde 2008.

No ano de 2012 o Brasil colocou-se como o 4º maior produtor e 7º exportador mundial de rochas ornamentais, em volume físico; como 3º maior exportador de blocos de granito e de produtos de ardósia; como 5º maior exportador de rochas processadas especiais, na forma de chapas; e como 8º exportador de rochas processadas simples, com produtos de quartzito foliado.

Em 2013, as exportações brasileiras de rochas ornamentais e de revestimento totalizaram US$ 1.302,11 milhões, correspondentes a 2,73 milhões t comercializadas, registrando-se incremento de respectivamente 22,8% e 21,8% frente a 2012. Foram assim superadas todas as projeções e expectativas, ultrapassando-se, já por larga margem, os recordes históricos de 2006 (volume físico) e 2007 (faturamento).

Um dos indicadores positivos do nosso bom desempenho recente é que o Brasil ultrapassou a China no mercado dos EUA, tornando-se novamente o principal fornecedor de rochas para esse país a partir de 2011. Isto é particularmente relevante quando se sabe que os EUA permanecem como o maior importador mundial de rochas processadas especiais, com aquisições totais de US$ 2,6 bilhões em 2012.

Outro indicador bastante otimista é que as importações brasileiras de tecnologia evoluíram significativamente e somaram US$ 90 milhões em 2011, dos quais US$ 53 milhões devidos à Itália. No 1º semestre de 2012 essas importações de tecnologia italiana atingiram US$ 55 milhões, com incremento de 56,4% frente ao mesmo período de 2011. Também em 2013, o avanço brasileiro foi o maior entre todos os compradores de tecnologia italiana, refletindo a aquisição de teares multifios diamantados e uma verdadeira revolução em nosso parque industrial de serragem, que hoje já se coloca como o mais especializado produtor e exportador mundial de grandes chapas.

Não só teares multifios italianos têm sido incorporados pelas empresas, pois com o aumento da demanda por essa nova tecnologia de serragem de chapas, quatro fabricantes brasileiros estão produzindo, e efetivamente comercializando, equipamentos similares aos importados. Da mesma forma, os fios diamantados, até 2012 apenas importados, estão sendo agora remontados e seus componentes em grande parte já fabricados no Brasil.

Pode-se ainda destacar que o setor de rochas reagiu muito favoravelmente ao arsenal de medidas de reanimação industrial promovidas pelo governo brasileiro em 2012, entre as quais pontuaram a desoneração da folha de pagamento das empresas, o anúncio da redução das tarifas de energia elétrica e a muito esperada desvalorização cambial. Frente a vários outros segmentos de atividade empresarial, inclusive pelo acordo de drawback (para lâminas e granalhas de aço) e pela obtenção de ex-tarifários (para máquinas de interesse estratégico), pode-se afirmar que o setor de rochas colocou-se como um “ponto fora da curva”, caracterizado pelo crescimento da sua produção, pelo incremento de suas exportações, por uma significativa expansão dos investimentos industriais e pela agregação de valor aos produtos exportados.

Frente a APEX, especificamente, o setor de rochas honrou cada centavo investido na promoção de suas exportações, que mantiveram taxas de crescimento quase sempre superiores àquelas das exportações gerais brasileiras, bem como uma elevada participação no superávit dessas exportações gerais. No mesmo sentido, não se pode dissociar a ação da APEX dos principais avanços qualitativos e quantitativos registrados, para o setor de rochas, desde o início do convênio com a ABIROCHAS.

Desde 1999, os recursos aportados no convênio contribuíram para exportações que somaram, até 2013, quase US$ 11,3 bilhões, bem como determinaram a geração de pelo menos 50 mil empregos diretos. Contabilizando-se o total de recursos aportados pela APEX de 1999 a 2013, frente às exportações efetuadas e empregos por elas gerados no período, teríamos que a cada R$ 1 investido foram gerados US$ 282,5 de exportações. No mesmo sentido, a cada R$ 800 de investimento da APEX, o setor respondeu com a geração de um emprego direto.

Especificamente em 2013, cada R$ 1 de investimento da Apex proporcionou US$ 383,0 de exportações ao setor de rochas, garantindo o forte posicionamento brasileiro no mercado dos EUA, maior importador mundial de chapas, e da China, maior importadora mundial de blocos.

A participação do faturamento das exportações de rochas, no total das exportações brasileiras (US$ 242.178,65 milhões), foi assim de 0,54% em 2013. O saldo da balança comercial do setor de rochas, considerando exportações de US$ 1.302,11 milhões e importações de US$ 69,64 milhões, em materiais rochosos naturais, foi de US$ 1.232,47 milhões. A participação do saldo comercial de rochas no saldo das exportações totais brasileiras (US$ 2.557,74 milhões) foi, portanto, de 48,2% em 2013.

Para cada US$ 1,00 importado pelo Brasil em 2013, exportou-se apenas US$ 1,01. No setor de rochas, para cada US$ 1,00 importado, exportou-se US$ 18,70. O preço médio das exportações gerais brasileiras foi de US$ 433,60/t, enquanto o das importações foi de US$ 1.501,60/t. O preço médio das exportações brasileiras de rochas foi de US$ 477,70/t, enquanto o das importações foi de US$ 637,70/t. Assim, o preço médio das importações gerais brasileiras é 3,5 vezes superior ao das exportações gerais, enquanto no setor de rochas o preço médio das importações é apenas 1,3 vezes superior ao das exportações.

Cerca de 220 diferentes empresas, entre mineradoras, beneficiadoras e marmorarias, estas principalmente integradas a consórcios de exportação, foram atendidas com recursos do convênio para participação em eventos diversos. Por reunirem todos os produtos e serviços da cadeia produtiva, as feiras internacionais do setor de rochas ornamentais são consideradas os melhores eventos para promoção comercial das empresas exportadoras, e tiveram, assim, o maior peso dos investimentos da APEX.

São positivos todos os indicadores formais de desempenho adotados pela Apex para avaliação do Projeto Setorial da Abirochas em 2013, destacando-se o crescimento do valor total das exportações, o crescimento da exportação por empresa e a desconcentração de empresas nas exportações. É emblemática a melhor performance das empresas apoiadas pelo convênio Apex/Abirochas frente àquelas ainda não apoiadas, inclusive porque as apoiadas respondem pela maior parte das exportações brasileiras do setor de rochas.

Não só isto, com recursos do convênio foi também possível viabilizar o livro “Rochas Ornamentais no Século XXI”, hoje uma referência para o setor de rochas ornamentais no Brasil; a realização do 1º Catálogo Brasileiro de Rochas Ornamentais, que se revelou importante instrumento de promoção comercial; e a divulgação do Guia de Aplicação de Rochas em Revestimentos, de grande utilidade para construtores, especificadores e formadores de opinião. Mais recentemente, e igualmente importante, destaca-se a conclusão do projeto de branding elaborado para as rochas ornamentais brasileiras, que, através da marca “Brasil Original Stones”, já está redirecionando os conceitos de apresentação e divulgação dos nossos materiais e produtos comerciais no mercado externo.

Situação Atual e Perspectivas das Exportações Brasileiras de Rochas Ornamentais

O expressivo incremento das nossas exportações foi fundamental para preservar o setor de rochas do quadro recessivo da construção civil brasileira, que com algumas oscilações persistiu desde os anos 1990 até meados da década de 2000. A adequação ao mercado externo forneceu condições para que as empresas brasileiras enfrentassem o significativo aquecimento da demanda no mercado interno, observado a partir da metade da última década e vigente até os dias atuais.

Esse incremento das exportações, mesmo que parcialmente voltado para a venda de blocos, também contribuiu para a preservação da cadeia produtiva nos segmentos de lavra e beneficiamento, que teriam sido em grande medida desmobilizados apenas com a demanda do mercado interno. Pode-se mesmo registrar que a maior parte das conquistas recentes do setor brasileiro de rochas ornamentais foi atrelada às exportações, que exigiram rigorosos ajustes operacionais e comerciais de nossas empresas.

Não menos importante, a demanda do mercado externo exigiu que novos materiais fossem continuamente colocados em produção, destacando-se as denominadas rochas exóticas, de alto valor agregado, que hoje constituem o principal grupo de produtos brasileiros de exportação. Como resultado desse processo, o Brasil tornou-se conhecido pela sua excepcional “geodiversidade”, tendo colocado no mercado internacional, ao longo dos últimos dez anos, uma variedade de materiais maior do que toda a Europa nos últimos 500 anos.

É recorrente a constatação de que, pelo ótimo desempenho das exportações, expressão das feiras nacionais e internacionais, eventos técnicos realizados e maior envolvimento da área acadêmica, as rochas ornamentais conquistaram grande visibilidade junto às instituições públicas, figurando atualmente como o 5º principal recurso mineral exportado pelo Brasil (excluindo-se petróleo e gás), depois do minério de ferro, ouro em barras, ferro-nióbio e minério de cobre.

Tem sido muito clara a sinalização do governo federal quanto à necessidade de agregação de valor aos produtos brasileiros comercializados no mercado internacional, o que para o setor de rochas representa, através da APEX Brasil, o aporte de recursos focados nas exportações de rochas processadas, tanto acabadas quanto semiacabadas.

Manifesta-se sensibilidade à vocação socioeconômica do setor de rochas, como agente de geração de empregos, interiorização de desenvolvimento, captação de divisas e atuação da pequena empresa. Manifesta-se, inclusive, a percepção de que tais atributos são reais apenas quando existe a verticalização das atividades do setor, com lavra e beneficiamento de suas matérias primas, bem como a possibilidade de nucleação de arranjos produtivos locais.

A visão de futuro e os objetivos estratégicos relacionados à promoção comercial das rochas ornamentais, também remetidos ao convênio APEX/ABIROCHAS, devem considerar a capacidade brasileira de colocação de uma inesgotável variedade de materiais no mercado consumidor. A cada nova feira internacional, as empresas brasileiras de fato apresentam dezenas de rochas inéditas, surpreendendo o público visitante com uma estética muitas vezes distinta daquela identificada com mármores, travertinos, calcários e granitos tradicionais.

Como meta das exportações do setor de rochas pode-se tentativamente projetar faturamento de US$ 2,5 bilhões em 2020, tendo-se como indicador de desempenho uma taxa de crescimento anual de 10% e, também como objetivo estratégico, um incremento anual de 1% na participação de rochas processadas no faturamento dessas exportações.

APEX e ABIROCHAS: uma Parceria de Sucesso

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Fonte: http://www.abirochas.com.br/

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