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BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES DO 1º QUADRIMESTRE DE 2014

Publicado em 21/05/2014

Exportações Gerais



As exportações do 1º quadrimestre somaram USD 397,5 milhões e 823.254,34 t, com variação de respectivamente 6,71% e 4,0% frente ao mesmo período de 2013. Especificamente em abril essas exportações atingiram USD 118,9 milhões e 238.963,22 t, que são os maiores valores mensais de 2014.

A participação de rochas processadas, no quadrimestre, correspondeu a 78,07% do total do faturamento e 48,16% do total do volume físico exportado. A participação do faturamento das exportações de rochas, no total das exportações brasileiras, evoluiu de 0,55% no 1º trimestre para 0,57% no 1º quadrimestre de 2014.

As exportações de rochas processadas (Capítulo 68) tiveram variação positiva de 8,34% e 7,51% (faturamento e volume físico), contra uma variação negativa de 0,17% e 0,85% das rochas silicáticas brutas (Capítulo 25). O preço médio das exportações foi de USD 782,9/t para as rochas processadas, USD 203,4/t para as rochas silicáticas brutas e USD 238,3/t para as rochas carbonáticas brutas, tendo-se USD 482,9/t como preço médio geral dessas exportações.

Os preços médios mais elevados entre os produtos de exportação foram registrados para as chapas de mármore das posições 6802.21.00 (USD 1.603,8/t) e 6802.91.00 (USD 1.486,4/t), bem como para possíveis materiais exóticos, em chapas, da posição 6802.99.90 (USD 2.290,9/t). Os incrementos mais significativos de faturamento (+236,22%) e preço médio (+10,12%) referem-se às chapas de mármore da posição 6802.91.00. Os menores preços médios são os das rochas silicáticas brutas (USD 203,4/t) e das rochas carbonáticas brutas (USD 238,2/t), seguindo-se os produtos de quartzito foliado da posição 6801.00.00 (USD 348,7/t) e de ardósia da posição 6803.00.00 (USD 480,9/t).

O preço médio das chapas de mármore é bem mais elevado que o das chapas de granito. O preço médio geral das exportações brasileiras de rochas ornamentais teve variação positiva de 2,61% frente ao 1º quadrimestre de 2013, passando de USD 470,6/t para USD 482,9/t.



Exportações para os EUA



Essas exportações somaram USD 240,3 milhões e 293.660,37 t no 1º quadrimestre de 2014, com variação positiva de respectivamente 11,13% e 11,45% frente ao mesmo período de 2013.

As rochas processadas representaram 99,94% do faturamento e 99,95% do volume físico das vendas para os EUA, que tiveram preço médio de USD 817,4/t.

O faturamento das exportações para os EUA representaram 60,4% do total do faturamento das exportações brasileiras de rochas. O faturamento das exportações de rochas processadas, para os EUA, correspondeu a 77,3% do total do faturamento brasileiro com rochas processadas. As chapas de “granitos” corresponderam a cerca de 90% do total das exportações brasileiras de rochas para os EUA.

Foi positiva a variação do preço médio das chapas de mármore e negativa a variação das chapas de granito. O preço médio geral das exportações de rochas para os EUA, puxado pelas chapas de granito, recuou 0,29% no 1º quadrimestre de 2014.

A evolução positiva das exportações para os EUA estão alinhadas às previsões apresentadas pelas instituições de pesquisa econômica do país. Segundo a McGraw Hill, todos os segmentos da construção civil imobiliária, tanto residencial quanto não residencial, deverão crescer em 2014 (Tabela 1).



Tabela 1 – Comportamento das Novas Construções nos EUA (USD bilhão)

 

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

Total da Construção

Total Construction

558,2

426,3

435,3

442,9

485,3

508,1

555,3

-13%

-24%

+2%

+2%

+10%

+5%

+9%

Residências Unifamiliares

Single Family Housing

122,4

94,3

100,0

97,3

125,8

159,5

201,1

-39%

-23%

+6%

-3%

+29%

+27%

+26%

Residências Multifamiliares

Multifamily Housing

38,1

17,9

22,0

29,4

40,2

48,0

53,1

-37%

-53%

+23%

+34%

+36%

+19%

+11%

Edifícios Comerciais

Commercial Buildings

81,4

47,3

42,1

48,3

54,0

62,4

72,7

-19%

-42%

-11%

+14%

+12%

+15%

+17%

Edifícios Públicos

Institutional Buildings

130,6

112,3

112,2

100,0

90,7

87,1

89,1

+11%

-14%

0%

-11%

-9%

-4%

+2%

Edifícios Fabris

Manufacturing Buildings

31,0

9,7

9,5

17,3

12,9

13,8

14,9

+50%

-69%

-2%

+82%

-25%

+6%

+8%

Obras Públicas

Public Works

121,2

123,6

120,7

106,6

110,9

114,3

108,9

0

+2%

-2%

-12%

+4%

+3%

-5%

Serviços de Eletricidade

Electric Utilities

33,5

21,1

28,7

43,9

50,9

23,0

15,5

+77%

-37%

+36%

+53%

+16%

-55%

-33%

Fonte: McGraw Hill Forecast 2014 (The Pattern of U.S. Construction Starts); (*) previsão



De acordo com a NAHB – National Association of Home Builders, o início de construção de novas habitações (housing starts) recuou cerca de 70% do pico de 2005 até 2009, tendo acumulado crescimento de 65% de 2009 a 2013. As previsões da NAHB para 2014 e 2015, envolvendo unidades unifamiliares e multifamiliares, são bastante otimistas (Tabela 2).


Também segundo a NAHB, a venda de habitações unifamiliares novas atingiu 431 mil unidades em 2013, número que deverá elevar-se para 556 mil em 2014 e 868 mil em 2015. As vendas de habitações unifamiliares usadas somaram 4,47 milhões de unidades em 2013, devendo situar-se em 4,27 milhões no ano de 2014 e 4,59 milhões no ano de 2015 (vide Tabela 2).



Tabela 2 – Evolução e Previsão da Atividade de Construção Residencial nos EUA (1.000 unidades)

 

2009

2010

2011

2012

2013

2014*

2015*

Total da Novas Residências

Total Housing Starts

554

586

612

783

929

1.086

1.531

Residências Unifamiliares

Single Family Housing

442

471

434

537

621

760

1.181

Residências Multifamiliares

Multifamily Housing

112

114

178

247

308

326

350

Vendas de Residências Unifamiliares Novas

New Single Family Sales

374

321

306

368

431

556

868

Vendas de Residências Unifamiliares Pré-Existentes

Existing Single Family Home Sales

3.868

3.705

3.793

4.130

4.471

4.265

4.594

Fonte:NAHB – National Association of Home Builders (Housing and Interest Rate Forecast, 5/Fev/2014; (*) previsão


Várias outras instituições de pesquisa preveem crescimento significativo para o segmento da construção não residencial nos EUA, em 2014 e 2015 (Tabela 3).


Tabela 3 – Previsão de Crescimento da Construção Não Residencial nos EUA – 2014-2015 (%)

Fontes dos Dados

2014

2015

AIA – American Institute of Architects

5,8

8,0

McGraw Hill

5,4

11,2

IHS - Global

9,2

10,8

Moody’s Economy.com

4,9

6,5

Reed Construction

7,1

8,3

Associated Builders and Contractors

5,0

5,4

Wells Fargo Securities

4,3

8,2

Media

+6,0%

+7,1%

Fonte: Baker, Kermit. After a Year of Moving Sideways, Nonresidential Building Activity Poised to Resume Recovery in 2014 (disponível em http://www.aia.org/practicing/AIAB101318)

 


Exportações para a China



As exportações de rochas para a China somaram USD 53,85 milhões e 297.277,89 t no 1º quadrimestre de 2014, com variação positiva de 3,84 % no faturamento e 0,65% no volume físico frente ao mesmo período de 2013.

As rochas brutas representaram 95,60% do faturamento e 99,57% do volume físico dessas exportações. Mesmo sobre uma base baixa, registrou-se um notável crescimento das exportações de rochas processadas, com variação de 194,39% no faturamento e 108,57% no volume físico frente a 2013.

Notícias do Financial Times, veiculadas pelo jornal Valor em 14/05, destacam evidências crescentes de uma bolha imobiliária prestes a estourar na China. No 1º quadrimestre de 2014, as vendas do setor imobiliário caíram 7,8% e o início de novas obras recuou 22,1%.

A construção e venda de apartamentos, a aquisição de mobiliário e a prestação dos serviços gerais de instalação nesses imóveis representaram 23% do PIB chinês em 2013. Esse percentual seria superior ao dos EUA, Espanha e Irlanda nos picos de suas bolhas imobiliárias, o que constitui indicativo do atual grau de exposição e risco da economia chinesa.

Tal situação dificulta a mudança de rumos objetivada pelas autoridades chinesas, que teriam como meta transformar o consumo e o mercado doméstico nas fontes dinâmicas da economia.

As exportações brasileiras de rochas para a China ainda não foram afetadas pelos problemas do mercado imobiliário do país. A eventual redução dessas exportações constituiria uma reversão de expectativas frente ao que se prenunciou no início de 2014, quando a então nova política econômica já propalava a expansão do mercado interno e dos centros urbanos, justamente a partir do fortalecimento do macro setor da construção civil e, sobretudo, do setor imobiliário.



Exportações para a Itália



A Itália é o 3º principal destino das exportações brasileiras de rochas ornamentais, depois dos EUA e China. As exportações de rochas para a Itália somaram USD 20,42 milhões e 56.207,69 t no 1º quadrimestre de 2014, permanecendo no mesmo patamar do ano passado. As rochas brutas corresponderam a 83,86% do faturamento e 86,08% do volume físico exportado.

O preço médio das exportações brasileiras de blocos de granito e quartzito para a Itália (USD 351,3/t) é o dobro daquele registrado para a China (USD 175,2/t), indicando que a Itália está preferencialmente importando e processando rochas exóticas e de maior valor agregado.



Importações



As importações brasileiras de materiais rochosos naturais, e principalmente dos artificiais, mostram taxas de incremento superiores aos das exportações brasileiras de rochas para revestimento.

No 1º quadrimestre de 2014 as importações de materiais rochosos naturais atingiram USD 24,61 milhões e 34.453,26 t, com variação de respectivamente 19,24% e 7,08% frente ao mesmo período de 2013. As importações de materiais rochosos artificiais somaram USD 19,83 milhões e 21.152,24 t, com variação positiva de respectivamente 35,11% e 38,54%.

Registrou-se variação positiva (11,36%) no preço médio das importações de materiais naturais e variação negativa (2,48%) no preço médio dos materiais artificiais importados. Não obstante, o preço médio dos artificiais (USD 937,5/t) continua sendo muito superior ao dos naturais equivalentes (USD 766,0/t).

Mantendo-se as atuais taxas de crescimento, o volume físico das importações de artificiais deverá igualar-se, em um futuro próximo, ao das importações de materiais naturais.



Comentários



O Centrorochas – Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais detectou aumento do estoque de chapas de granito em algumas empresas do Estado do Espírito Santo, o que não é consequência de uma queda das exportações brasileiras ou de um desaquecimento do mercado internacional e, sobretudo, dos EUA. Aparentemente, nossa capacidade de produção e oferta para o mercado residencial unifamiliar dos EUA, onde o Brasil concentra a maior parte de suas exportações de chapas, está superando a capacidade de demanda desse nicho de mercado.

Essa possibilidade alinha-se ao grande aumento de produtividade do parque industrial brasileiro de serragem de chapas, pela maciça incorporação de teares multifios diamantados. Pode-se ainda presumir que:

  • outros fornecedores de chapas de granito, como China, Índia e Itália, estejam pressionando o mercado unifamiliar dos EUA, inclusive com chapas de granitos brasileiros “made in Italy” e “made in China”;

  • o espaço dos granitos nesse nicho de mercado esteja sendo comprimido por mármores e materiais aglomerados, o que é mais favorável para a Turquia, Itália e China do que para o Brasil;

  • o reaquecimento do mercado dos EUA e a disponibilidade de chapas no Brasil induziram a participação de novos exportadores brasileiros, o que poderá acirrar uma concorrência não cooperativa e baseada na redução de preços;

  • o mercado interno talvez não tenha fôlego para absorver os excessos da produção brasileira de chapas, inclusive devido à crescente importação tanto de materiais rochosos naturais e artificiais, quanto de produtos cerâmicos;

  • haverá arrefecimento do ritmo de aquisições de teares multifios diamantados, tanto nacionais quanto importados, pelas empresas de serragem de chapas.


Como são muito favoráveis todos os indicadores do mercado imobiliário dos EUA, tanto residencial quanto não residencial, admite-se que excessos de produção e oferta sejam absorvidos ainda ao longo de 2014 e, sobretudo, em 2015. Deve-se, no entanto, considerar os fatores interferentes acima presumidos, como base para uma necessária diversificação de nichos de mercado de chapas e outros produtos nos EUA.

BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES DO 1º QUADRIMESTRE DE 2014

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Fonte: http://www.abirochas.com.br/

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