BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO PERÍODO JANEIRO-OUTUBRO DE 2016Publicado em 06/12/2016 As
exportações brasileiras de rochas ornamentais registraram expressiva queda no
mês de outubro, acentuando o índice negativo de variação acumulado em 2016
(Tabela 1). As vendas efetuadas em outubro somaram apenas US$ 58,6 milhões,
contra US$ 99,5 milhões no mês anterior (setembro/2016) e US$ 104,1 milhões em
outubro de 2015. Da mesma forma, o volume físico exportado em outubro totalizou
142,8 mil t, frente a 206,4 mil t do mês anterior e 228,1 mil t em outubro de
2015.
No
período de janeiro-outubro de 2016 tais exportações somaram, assim, US$ 952,27
milhões e 2.093.249,58 t, com variação respectivamente negativa de 8,87% e
positiva de 6,31% frente ao mesmo período de 2015. Na mesma comparação, a
participação de rochas processadas, no faturamento, recuou de 82,15% para
79,47%, recuando ainda de 58,91% para 54,54% no volume físico exportado. Tanto
a queda das exportações de rochas processadas, quanto das exportações gerais
brasileiras de rochas ornamentais foram devidas aos EUA, conforme pode ser
observado na Figura 1. Com variação positiva no faturamento e volume físico das
exportações de rochas brutas, frente a uma variação negativa de rochas
processadas, recuou de US$ 530,7/t para US$ 454,9/t o preço médio das
exportações do setor. Também contribuíram para essa queda a variação negativa
do preço médio dos principais produtos exportados, registrando-se -14,06% para
aqueles da posição 6802.93.90 (principalmente chapas) e -12,36% para os da
posição 2516.12.00 (blocos de granito). As
únicas variações positivas, tanto de faturamento quanto de volume físico e
preço médio, foram registradas para as exportações de blocos de quartzito
(posição 2506.20.00), o que não constitui exatamente uma boa notícia. Isto
porque o aumento foi devido à Itália e China. A variação positiva do
faturamento e volume das exportações de blocos de granito (NCM 2516.12.00) foi
devida à China. Comentários O setor de rochas ornamentais
vive um momento particularmente delicado de sua curta trajetória industrial no
Brasil. O mercado interno está sofrendo os efeitos de uma das mais graves
crises econômicas e institucionais já enfrentadas pelo país, ainda sem
perspectivas concretas de superação. O front externo atravessa as
incertezas das mudanças da política comercial dos EUA, que representam 65% do
faturamento das exportações brasileiras de rochas e 85% das nossas exportações
de chapas. A forte queda das exportações
de outubro, inclusive sinalizada por empresários durante a feira de Verona
(30/09 a 02/10/2016), e apontada no Informe 07/2016 da ABIROCHAS, talvez já
reflita a cautela assumida por consumidores e investidores norte-americanos,
frente ao seu mercado da construção civil, mesmo antes do resultado da eleição
presidencial do país. As mensagens protecionistas do
presidente eleito estão sobretudo direcionadas para a China, não tendo, pelo
menos até agora, a América Latina em sua “alça de mira” – o México pode ser
fortemente afetado, mas não por protecionismo comercial do país vizinho. Como fornecedor de chapas para
os EUA, onde tais chapas constituem matéria-prima para o enorme mercado
residencial unifamiliar, sustentando milhares de empregos na atividade de
marmoraria e instalação, teoricamente o Brasil não deverá ser prejudicado. É
preciso trabalhar este conceito junto às autoridades comerciais dos EUA, a
exemplo do que já vinha sendo efetuado na questão dos benefícios fiscais
atrelados ao SGP – Sistema Geral de Preferências do país. A defesa da atividade e do
emprego industrial, pelo governo Trump, poderá, no entanto, restringir as
perspectivas brasileiras de exportação de produtos acabados. A venda de chapas
só será afetada caso a nova política econômica, como sugerem alguns analistas,
conduza os EUA a algum tipo de recessão. É difícil avaliar a capacidade
de resistência sistêmica do setor de rochas à crise dos mercados interno e
externo, mas tal capacidade pode já estar próxima de seus limites. Números das Exportações de
Rochas no Período Janeiro-Outubro de 2016
Números das Exportações de
Rochas no Período Janeiro-Outubro de 2016
ú US$
952,2 milhões de faturamento (-8,87% frente mesmo período de 2015).
ú 2.093,2
mil toneladas em volume físico (+6,31% frente mesmo período de 2015).
ú 79,5%
de participação de rochas processadas no faturamento (contra 82,2% em 2015).
ú 54,5%
de participação de rochas processadas no volume físico (contra 58,9% em 2015).
ú 11,8%
de queda no faturamento com rochas processadas.
ú 1,6% de
queda no volume físico de rochas processadas.
ú US$
926,6 milhões de saldo na balança comercial.
ú US$
454,9/tonelada de preço médio das exportações brasileiras de rochas
ornamentais, contra US$ 281,9/tonelada das exportações gerais brasileiras.
A seguir são apresentados
gráficos que ilustram a evolução das exportações e importações brasileiras de
rochas no período janeiro-setembro de 2015/2016.
1 Este texto foi elaborado pelo geólogo Cid Chiodi Filho – Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos, para a ABIROCHAS – Associação Brasileira das Indústrias de Rochas Ornamentais, em 25 de outubro de 2016, Belo Horizonte – MG. Os dados primários sobre exportações e importações foram obtidos a partir de consulta à Base ALICE do MDIC (www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br). Foto: galeria de pesquisa em lavra de mármore, na região de Carrara, Itália.
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Fonte: BALANÇO DAS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO PERÍODO JANEIRO-OUTUBRO DE 2016
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